domingo, 24 de maio de 2009

Downstairs... Anyway...




É como tocar numa porta que você não atende.

Por mais que a obsessão me jogue contra o muro, a estupidez insiste que há algo de especial. 

Meus pensamentos querem entrar na realidade como se meu dedo polegar tentasse caber num buraco de prego na parede.

Ou como se a chave da minha casa quisesse tocar o fundo da garrafa do vinho...

Não cabe...

Nunca se atinge...

Mesmo assim, todo o acaso vira coincidência...

Todo sorriso ou conversa sobre o tempo, vira flerte...

Toda tela vira fonte de observação...

Qualquer passeio a noite vira uma longa viagem a algum lugar.

Porque não importa onde eu vá, nunca chego a lugar nenhum.

É como seu tentasse ver o que há no fim do túnel que corre em círculos.

Não há luz no final.

Sendo assim, prefiro não entrar.

Sento e espero com um olhar taciturno e frustrante.

Resumindo, continua-se na contemplação de uma figura opaca.

Apenas relances nada sóbrios de alguém que não se cansa de cantar:

“Nice to meet you, anyway”