domingo, 15 de maio de 2016

Sabor de Nada Que Não Seja Isso



Ah, as saudades!
Lã de vidro que, sem parar de se mover um só instante,
Agasalha o coração.
Intransponível para a vida que caminha adiante
Raspa com força as bordas do querer
Umedece a lembrança
Clara para a memória
Cega a história

Ah, as saudades!
Torna o vinho em água

A saudade é a água da alma

Necessária
Sem cor
Sem cheiro
Sem sabor
Mesmo fria, ferve

Só o tempo para fazer secar.

Doce viva alma que brinda a saudade
Com o sangue que corre da flor
Ácido sabor do "pra-ser"
Ávido
Tempo que não passa...

Assim como você
Que também não passa por aqui.


Um comentário:

Gio disse...

Adoro ler seu blog. Escreva sempre! 😘😘