domingo, 16 de março de 2008

Coisas...



Tenho uma fome abafada pela vaidade. Como a gente se deixa enganar pelos olhos alheios, ou melhor, pelos “nossos olhos alheios”. Alheios àquilo que é firme, ou deveria ser.
Vivo com crises e ânsias pelas minhas irresponsabilidades na vida. Ainda há quem diga que vale a pena. Acho que vale a pena ser livre. Me ensinaram uma vez que ser livre é fazer o que é certo na hora certa. Não posso achar definição melhor. Resumindo, liberdade definitivamente não tem nada a ver com irresponsabilidade.

Sobre a irresponsabilidade, digo que é a pior das faltas de amor próprio. Tenho mudado muito. Tenho sido menos irresponsável. Mas não 100%. Me pego errando por vaidade. Quanta estupidez a minha! Como se as lições que a vida já me deu não fossem suficientes. Mas hoje, pelo menos eu tento. Tento me conter, pelo menos. Tenho sido mais responsável no amor... No trabalho... Com a família sou responsável até demais. Com os amigos tenho sido, as vezes relapso, as vezes justo, as vezes intolerante e as vezes irresponsável. Mas na verdade, tenho me preocupado mais em não me desagradar. O que para mim é uma vitória. Independente de qualquer coisa, hoje apenas agradeço.

Uma coisa que venho observado em mim é o aumento da gratidão. Sou grato até mesmo às pessoas que me fizeram comer o pão que foi amassado pelo anjo mal com a parte de trás (não gosto de falar em coisas ruins). Sou imensamente grato a Deus! Há alguns amigos que vou ser eternamente grato! Há amizades que “crescem”, há amizades que são meramente contemplativas. Estas são aquelas que basta sentar num bar, pedir uma cerveja e ficar calado dando palpites mentais às conversas paralelas, ou seja, sou grato apenas pela companhia. Se bem que atualmente descobri uma nova amizade. Uma amizade com sabor de coisa nova! Uma amizade que não dá tempo para silêncios! Aliás, é uma amizade que fala o tempo todo, mas não em excesso. Uma amizade apaixonada que a ânsia de nos mostrarmos mais alegres me faz sorrir.

Resumindo, estou redescobrindo, de novo, o sentir.
Coisas do coração...

sábado, 8 de março de 2008

SALMO 90 - Poder... Gratidão...




Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente,*

dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.

É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.

Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção.

Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,

nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.

Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.

Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,

porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.

Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,

porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos.*

Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.*

Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.


Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.

Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.

Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Shhhhh...





E finalmente, uma paz acalentadora me abraça nestes dias.
Será ela?
Será qualquer coisa nela?
É como sentir a penugem translúcida do adorar.
Doces pêlos babados de ficar namorando.
To meio bambo. Mas sem preguiça. To com fome de tudo.
De tudo...



Aqueous Transmission


I'm floating down a river
Oars freed from their holds long ago
Lying face up on the floor of my vessel
I marvel at the stars
And feel my heart overflow

Further down the river
Further down the river
Further down the river
Further down the river

Two weeks without my lover
I'm in this boat alone
Floating down a river named emotion
Will I make it back to shore
Or drift into the unknown

Further down the river
Further down the river
Further down the river
Further down the river

I'm building an antenna
Transmissions will be sent when I am through
Maybe we could meet again further down the river
And share what we both discovered...Then revel in the view

Further down the river
Further down the river
Further down the river
Further down the river

I'm floating down a river

INCUBUS

domingo, 2 de março de 2008

Ela...



E ela segue seus próprios passos. Com medo, é verdade, mas passos com a firmeza de uma sequoia. Anda ereta, firme, belos músculos serenos e femininos. Tem medo de falar dos medos, medo da fala, ou da falha. A gente insiste em sofrer a perda antes de ela caminhar pela vizinhança. A gente, as vezes, não fala.

Amo quando ela fala!

Como toda mulher, é forte, única e me traga para dentro dela. Mas é suave. Mais forte do que mil homens. Eu, pobre de mim, sou apenas um, mas que a admiro um milhão de vezes. Sou mil vezes mil na contamplação.

Quando a cabeça e o coração se encontram, a gente percebe que o encontro é quase uma colisão. Difícil escolher para que lado a gente vai...
Mas, tá sendo um pouco fácil.
Eu já te escolhi.

sábado, 1 de março de 2008

E acontece... De novo...





Ele deita e observa.
Ela finge e ignora a presença dele.
Faz sua rotina.
Desabotoa a blusa.
Roupa ao chão.
Ele se contenta em observar.
Não há nada materno ali.
Sabia o nome dela.
Mas sem nunca ter sentido, sabia que era tenro.

Curiosidade quase geográfica.

Não sabia onde ficava nada.

A lua estava nua a sua frente.
Lua nua, sua musa.
Nem mesmo sabia o que era uma.
Não havia definições.
Tempo? O que? Quem?
Leve passeio pelos montes pálidos.
Cálidos.
Não suava, não soava.
Salivava.
Sua face nunca esteve tão sem feição definida.
Não tinha que pensar em nada.
Não queria.
Nada...
Nadava no ar com sua visão.
Será que respirava?
Via o que nunca havia visto antes.
Mas sem entender, sabia que conhecia.
Macia.
Relva de pelos translúcidos.
Não havia lucidez.
Nudez.
Foi assim que descobriu sua natureza.
Teatro íntimo.
Público ínfimo.
Mas não cabia mais ninguém ali.
Nem ele mesmo.
Doce contemplação.
Estava lendo as últimas frases de seu livro da inocência.
Acabava ali a infância.
Adoecia sem cura.
Sem febre, mas quente.
Latente.
Latejante.
Conhecia-se nos montes dela.
Assim, transformou-se num poeta pobre.
Faltavam-lhe palavras naquele momento.

Faltam-lhe até hoje!