segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Simples Assim



De repente, como sempre, meu sentimento sobre a dúvida, duvida.
Dança de um lado a outro e descrevendo uma rota errática.
Com sentido ou sentimento delineado e exato.
Por mais que se diga que, logicamente, não deve haver lógica no sentir.
Dúbia parte do viver a cada dia da maneira nova.
E os dias passam sem que o último se aproxime.
Pois se aproveita e se descobre.
E assim, mesmo que a experiência seja a mesma, 
os olhos me ajudam a descrever tudo aquilo que não é letra.
Uma coisa sempre aparece...
A gratidão 
Gratidão 
Gratidão 


Obrigado 

sábado, 14 de outubro de 2017

In your room


























No seu quarto
Onde o tempo para ou se move ao seu desejo
Você deixará a manhã chegar logo?
Ou me deixará aqui deitado?
Na sua escuridão favorita
Sua meia-luz favorita
Seu sentimento favorito
Seu escravo favorito
No seu quarto
Onde almas desaparecem
Aqui somente existe você
Você vai me levar para sua poltrona?
Ou vai me deixar aqui deitado?
Sua inocência favorita
Seu prêmio favorito
Seu sorriso favorito
Seu escravo favorito
Eu dependo das suas palavras
Vivo da sua respiração
Sinto com a sua pele
Eu estarei sempre aqui
No seu quarto
Seus olhos incendiários
Fazem as chamas se levantarem
Você vai deixar o fogo morrer logo?
Ou eu estarei sempre aqui?
Sua paixão favorita
Seu jogo favorito
Seu espelho favorito
Seu escravo favorito
Eu dependo das suas palavras
Vivo da sua respiração
Sinto com a sua pele
Eu estarei sempre aqui
Eu estarei sempre aqui

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Indo...




















E qualquer coisa que seja vago e solitário que nunca seja.
A quantidade espera mas nunca alcança.
Alavanca e afunda.
O que faz , é.
O que é, não satisfaz.
Nem nunca fará 
E bem nunca será.
E que seja sentido assim como antes.
E assim demora a passar.
Mas na certeza, passará.
Abro sempre as portas para você entrar.
Seja bem vinda, whatever you are.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017






















Eu juro que jamais teria esperado alguns finais como o que vivemos a pouco.
Mas no fundo, sabia que seu enredo indicava uma crônica de qualquer morte anunciada.
Parte triste e parte ácida, esta é sua suave  dança do não-me-quer.
Estranha o amor próprio,
Ignora o beijo da alma,
Desfaz a trama toda,
Se atira na mascarada incerteza de quem sabe o que quer.
Mas este querer, não é a mim o mais adequado.
Mas a mão acordou e, com ela, meu preguiçoso ser sentimental.
Bastou dizer, "você é frio".
E assim, 
Ouvia-se o gelo estourar a centenas de posts distantes.
"Você está bem?", me perguntaram sentindo que, não por um sentido menos ordinário, meu coração cantava desafinado e desafiado.

E desse jeito fui.
Tropeçando na falta da mesmice que deu ritmo à minha vida,
Transbordava olhos a fora por não ter ideia do que fazer!
Isso mesmo!
Eu, finalmente, não tinha ideia do que fazer.
Sem saber letra ou melodia,
Era admiração pura ou impura.
Mas pura e dura mesmo, era apenas mais uma dança na música interrompida.
Quase trilha sonora de nossas vidas.
E mesmo juntos, não cantamos refrões 
Tampouco houve rima.
E esse descompasso marcou toda as falhas que temos.
Marcou sonhos e vinhos,
Em taças nada sóbrias enquanto se esperava a grande atração.
Aquela que nunca subiu ao palco.
E quando tentou, mais uma vez,
Esqueceu a letra.
Mas não a tônica 
Mas não a tal crônica.
Sim.
A mesma da tal morte anunciada.
É triste quando se pode re-escrever a história 
E mesmo assim.
Copiamos o fim antes mesmo do romance começar.
Que triste esta nossa história 
Traímos o que nos prometemos como memória.
Sim! Os dois.
E tenho certeza de que seguiremos assim.
Mágoas, charmes, saliva e afins.





domingo, 8 de outubro de 2017

Pra Constar...















Hoje meu senso poético desorientado está sem graça alguma.
Incrível como escapamos da solidez para tentar vulgaridades dentro da mente.

E assim, hoje não foi um dia de escrever.
Nem de sonhar.

Hoje foi um dia de me incluir em mim mesmo.
E mesmo assim, o que escapa agora, certeza fará sentido no fim.

Enfim, talvez eu o faça apenas para ser lido.
Uma vez que não consegui me fazer entendido.
Que diferença isso faz agora?

Melhor deixar para outro dia...
Hoje, até eu me canso...
Quase que acaba o encanto.
Quase.




sábado, 7 de outubro de 2017

Before They Fall





















Vamos deixar o carinho de lado.
Está tudo certo…
Mas quando me pego segurando seu rosto, seu dorso e aliso o que se levanta ao leve suspirar,
Ela traga tudo pra dentro de si como se fosse brasa.

Quase intoxica.

“Você quer ser meu amor de hoje?”, ela pergunta.
“Você quer ver as estrelas antes que elas caiam?”, ela seduz.
A pergunta antecede e cega qualquer luz que não seja dela.
É na noite, totalmente escura, que se faz amor com um qualquer.
Afinal, não se pode mirar os olhos ou a saliva que escorre da boca.
E tudo vira enredo para páginas virtuais.
Histórias que remetem a tramas reais.
E por muito pouco, quase nada, se rasga num tapete sem vidro.
E quase canta os espinhos sem rosas.
Das flores que colheu e já não são mais as mesmas.
“Está tudo certo”, ele pensa.
“Estou certa que é tudo errado”, ela repensa.
E na madrugada foge e não se explica.
Afinal, a melodia atrofia tudo aquilo que é letra,
E juntos, descontroem a música por medo da inocência.
Mesmo que consigam banalizar a indecência.
Não adianta.
Foram feitos para o momento
Mas não um para o outro.
E de novo, ela canta, “Que você seja o próximo.”
E eles voltam às suas cirandas.
E ambos rodam sem tecer a aliança, símbolo icônico daquilo que deveria ser…

Mas não é.

Melhor sairmos e vermos as estrelas antes que elas caiam.

Selando A Paz

















E em silêncio a gente se delata
As confições não são ditas nem por palavras de cumplicidade 
Não há gritos de lágrimas contidas pela falta de ânimo 
O coração se acomoda estranhamente longe do medo
E o que era carne, vira seda
Indiferente ao toque
E ela entende?

E precisa?

Como água do rio que lambe a rocha
Os pelos acariciavam os dedos 
A inversão foi imposta pela admiração 
Pela devoção à beleza incompreendida
Pela nociva culpa do que não teria a menor necessidade de ser notado
Ou adiado
Ou odiado

E é assim quando se escuta a música dela
Selar a paz internamente é mais importante do que deletar a vida do outro

Paz...

Isso se chama paz.

Amém.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Like A Friend - Pulp





















Don't bother saying you're sorry.
Why don't you come in?
Smoke all my cigarettes, again.
Every time I get no further.
How long has it been?
Come on in now,
Wipe your feet on my dreams.
You take up my time,
Like some cheap magazine,
When I could have been learning something.
Oh well, you know what I mean.
I've done this before.
And I will do it again.
Come on and kill me baby,
While you smile like a friend.
And I'll come running,
Just to do it again.
You are the last drink I never should drunk.
You are the body hidden in the trunk.
You are the habit I can't seem to kick.
You are my secrets on the front page every week.
You are the car I never should have bought.
You are the train I never should have caught.
You are the cut that makes me hide my face.
You are the party that makes me feel my age.
Like a car crash I can see but I just can't avoid.
Like a plane I've been told I never should board.
Like a film that's so bad but I've gotta stay til the end.
Let me tell you now,
It's lucky for you that we're friends.
Like a car crash I can see but I just can't avoid.
Like a plane I've been told I never should board.
Like a film that's so bad but I've gotta stay til the end.
Let me tell you now,
It's lucky for you that we're friends.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Dos outros mas apropriados...




Equinox



















Quando não se pode tocar o fúcsia do amanhecer
Lamenta-se o dourado pálido do por do sol
Enxerga-se apenas o que alcança os olhos
Que detonam qualquer futuro numa  egoísta comparação.
Doce pesar do juízo que não celebra a liberdade ou lamenta-se ser enjaulado

Esse sim...
Aquele não...
E os corações rodam à mesa e são despedaçados até que não haja mais canção 
Mas é preciso uma escolha
Quem dá mais?
Aquela que julga, jamais!
Afinal, a vaidade cega.
Por que não abrir os olhos e o coração?
Isso porque eu achava que o terror era de quem estava à disposição 
Como oferendas de um sacrifício pagão, onde a religião percebe o que é humano
Mas não tolera as lágrimas da fé 

Pois é 
E com a minha negação 
Devemos seguir assim,
Respirando nas reticências...



segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Prece de Estrela






















Você me odeia pelo que não sou.
Pinta de preto os vitrais da capela das virtudes para não deixar a luz entrar.
Depois atira a pedra da sinceridade ignorando que isso pode não ser honestidade.
Usa os estilhaços para rasgar a estima de quem te estima tanto.
Agride o santo por não saber a reza certa.
Blasfema por não entender que a dádiva senta ao lado da gratidão.
Não entende que , apenas arremessar seus pecados ao vento,
Não redime as consequências de suas injúrias.
Tudo para você é momento.

Você flerta com todos os pecados capitais e desobedece a todos seus mandamentos.
Principalmente aquele que te dá o direito de ser feliz.
Depois que cospe no altar, espera a extrema unção com a certeza de que a merece.
Sinto muito, mas o altar da minha reza, não é palco para vaidades.
Sejam elas minhas, ou suas ou de qualquer outro pranto.
Não importa.

Eu não sou seu demônio, talvez nem anjo é muito menos santo.
Mas como todo coração, mereço carinho e, porque não, um pouco de devoção!

Não me interessa quantos anjos rondam e desejam suas asas ou coroa.
Infelizmente, você terá de ser madona em outra religião.
O ódio é seu.
Meu coração é meu.
Desculpa.
Não quero ser escolhido.
Quero ser acolhido.
Se precisar de um abraço humano, mesmo que agora me despreze por não ter sido vencido,
Você sabe onde encontrar.
Mesmo que esse não seja o meu lugar.
Sorte estrela.
Sorte.






terça-feira, 26 de setembro de 2017

Colour Me Gold






























Rever girassóis me faria sorrir muito hoje
Sempre fez
É como ter a certeza de que o rígido se dobra à luz
Seria como respirar suave e friamente a brisa nua dos vales da minha terra
Seria ter os pelos translúcidos próximos à boca 
Rever mensagens deixadas pela anônima inocência do medo
Seria tecer comentários sobre ela na mesa do bar apenas com a plateia do garçom 
E mesmo assim sorrir
E cantar...

Seria acariciar os lençóis nem tão brancos
Seria sentir o cheiro deixado no travesseiro
Na ponta do nariz
Sim, rever girassóis me faria feliz.

Me faria dormir e sonhar mais suave
Sem frio
Sem vergonha
Sem culpa
Com ela
Sem freio
Sem remédios
Ou meios.

Seria tudo inteiro de novo
Sim, rever girassóis me fariam sentir...

E que assim seja...
Beijos de bom dia flor do dia!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

"Medo de Se Apaixonar"




















De um dos gênios da poesia brasileira...


MEDO DE SE APAIXONAR 
Fabrício Carpinejar 

"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada."

A Letra de Despedida 2 - Desabafo Final.




















É impressionante como você é gélida
Me esfria
Terror 
Pavor
Histeria

Você caça
Seduz
Se engana
Engana
Tropeça e se arremeça em qualquer tentativa porque a vida não foi o que a história te contou.

Mas e a história que você conta, ou canta?
Encanta
Desencana
Espanta
Desencanta

Porque é obrigação do outro sofrer por você
É assim que a coisa se arma
Desarma
Destrói
Dói...

E retornando àquilo que é canção, 
Suas pernas já não me atraem
E seus cabelos não me prendem mais
Mas
Sua voz
Mesmo que calada.
Ainda fala alta demais.

E dói...


A Letra de Despedida








Ei...
Sim...
E é neste texto que começo a me despedir de você em mim.
Melhor assim.
Com letra...



Não está apaixonada.
O que fiz de errado?
Errei no compasso, na letra ou na melodia?
Qual hora?
Qual nota?
Qual dia?

Com as mãos escrevi o que Deus me pedia.
Com gosto salgado, lento e molhado
Descrevia algo tão fugaz e, mesmo enganado,
Quase me penitencio por nada ou de culpa 
Por algo que você sabia.

Mas e a letra?
E a música?
Essa era assim:

As flores que colhi já não são mais as mesmas
E eu vejo que seu beijo não é tão jovem assim
E o que corre em seu rosto não são apenas suas lágrimas 
Tem um gosto diferente 
Algo indiferente ao amor 


Então ...
Escuta essa música, presta atenção na melodia porque você, infelizmente, não se perde por tudo que é letra.

Ou por nada que seja
Ou tudo que me afeta
A letra
A letra
A letra
...