segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Preguiça...



Alguns dias com minha família e me sinto meio preguiçoso.
Odeio a preguiça.
Tento não odia-la muito porque, quanto mais penso nela, mais ela insiste em ficar. Não sei se me sinto meio letárgico por conta da viagem, por conta de terem me colocado na boca do fogão por três vezes neste fim de semana, sozinho, sem ajudantes (minto, uma vez me ajudaram)... Mas não importa. Estou me sentindo mole... Argh!
Me sinto mergulhado numa banheira de geléia de marmelo. Nada contra o sabor, mas a sensação melada, “alaranjada” e grudenta está me desagradando. Parece que sugaram toda a minha energia.
Ok, sugaram muita da minha inspiração.
Alguém tem alguma dica contra essa sensação de mergulho em geléia???

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Current Mood...




Guster Satellite Lyrics

Shining like a work of art
Hanging on a wall of stars
Are you what I think you are?

You're my satellite
You're riding with me tonight
Passenger side, lighting the sky
Always the first star that I find
You're my satellite

Elevator to the moon
Wisthle a little favorite tune
Trying to get a closer view

You're my satellite
You're riding with me tonight
Passenger side, lighting the sky
Always the first star that I find
You're my satellite

Maybe you will always be
Just a little out of reach

You're my satellite
You're riding with me tonight
Passenger side, lighting the sky
Always the first star that I find
You're my satellite You're my satellite

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Saudades do Meu Pai...



Fevereiro, mês de aniversários na minha minha família. Minha mãe, minha irmã, minha avó e meu sobrinho. Este último passou seus três primeiros anos de vida morando comigo. Isso aconteceu porque, além da separação de minha irmã, meu pai faleceu exatamente no dia em que iria morar com ela e meu sobrinho. Fevereiro me tráz lembranças do meu pai. Vai aí então um texto que fiz a um ano atrás... Em fevereiro de 2007:

Já faz um tempo, tempo, tempo...
Que eu queria conversar.
Sentar...
Sem muito pra dizer...
Sentar pra ver o mar...
Sentar pra ver o ar...
E com um único braço,
Ser um companheiro pra falar...
Ou não...
Quem sabe,
Apenas sentar.

Trocar palavras ao vento...
E sentir as respostas no frio da bochecha!
Sem sentido...
Por que não?
Simplicidade de quem tem muito...
Vamos ficar assim um tempo, tempo, tempo...

Pai, por que a gente demorou tanto tempo para sentar assim?
Estas são as saudades, boas, que o tempo não pode apagar.
Mesmo que ele seja um tempo, tempo, tempo...
Longo e repetido tempo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Medo de Se Apaixonar














"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada. "
Fabrício Carpinejar.

"Bipolar"


"Eu amo desorganizado, desenvergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. A confusão é quase uma solidão adicional. Uma solidão emprestada. Sou daqueles que pedirá desculpa por algo que o outro nem chegou a entender, que mandará nova carta para redimir uma mágoa inventada, que estará se cobrando antes de dizer. Basta alguém me odiar que me solidarizo ao ódio. Quisera resistir mais. Mas eu faço comigo a minha pior vingança. Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta. Desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. Se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso? Um dia li uma frase em Hegel: "nada de grande se faz sem paixão". Mas nada de pequeno se faz sem amor. A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina. Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma. Até a minha insegurança é amor. O pente nos meus cabelos é faca enquanto é garfo para os demais. Sofro incompetência natural para medir a linguagem das laranjas, acredito desde pequeno que tudo o que cabe na mão me pertence. Minha lareira não dura uma noite, esqueço da reposição das achas, do envolvimento da lenha no jornal, de assoprar o fundo. Brigo com o bom senso. Ou sinto calor demais ou sinto frio demais. Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado. Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero. Cumprimento como se fosse uma despedida. Desço a escada de casa ao trabalho com resignação, mas subo na volta pulando os degraus. Esse sou eu: que vai pela esperança da volta."
Fabricio Carpinejar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O Que Quero Com Girassóis?



















O que quero dizer se deixo girassóis na porta da sua casa?
O que quer que eu diga? Ou que nao diga...
Digo que quero trazer luz, alegria e energia?
Digo que quero um sorriso.
Mesmo que amarelo.
Digo que quero carinho.
Senão, melhor não dizer nada.

Amo os girassóis, assim como amo calças jeans.

Será que quero deixar minhas calças por aí também?

Respostas a minha mãe.




(Vejo, porque [existe), porque (quero], porque [espero), porque (desejo], porque [creio), porque (vivo], porque [sinto), porque (sou], porque [penso), porque (conheço], porque experimento). Por que?
Porque amo.