domingo, 10 de janeiro de 2010

Samuel, Desce Daí!



Skank ou tentativa de ser Beatles ou Oasis???

Roqueiros brasileiros não atingem público com mais de 25 anos
Samuel Rosa diz que jovens roqueiros não conseguem atingir público além da própria geração. “Retrocedemos na forma de consumir música”, adverte o líder do Skank

O que diz o músico Samuel Rosa do Skank é verdade. A nova safra de músicos brasileiros, ou melhor, rockeiros brasileiros, não atinge o público com mais de 25 anos. Mas, na minha opinião, ele se engana sobre a causa. Não foi o público que retrocedeu na forma de consumir, mas nossos rockeiros que não evoluíram! Em alguns casos, como o próprio Skank, regrediram (ou simplesmente pioraram).

Há anos que não escuto uma boa composição deste grupo “das Minas Gerais”. Aliás, eles esqueceram completamente a linha que os fez famosos. Um ritmo fácil, contagiante, alegre, que nos fazia sorrir e cantar ao mesmo tempo. Daqui a pouco o eles devem lançar um disco com o nome de “Chifre”, devido ao “bode” que as atuais canções exalam. Convenhamos, não há mais graça nas músicas do Skank. Eu assumo que sou consumidor do rock internacional, mas músicas como; O Beijo e a Reza, Garota Nacional, Salto no Asfalto entre outras do antigo repertório, sempre me fizeram badalar, cantar enquanto dirigia e até mesmo marcaram boas épocas de minha vida. As músicas atuais, mesmo que possuam uma bela estruturação lógica e letras potentes, soam como um apelo à poesia para salvar a falta de harmonia. Samuel, para uma música emplacar, é preciso cantar a melodia para se esquecer aquilo que é letra! Entendeu? Não o contrário! Se fosse assim, as pessoas ouviriam livros e não discos! Jogar a “culpa” nos consumidores, é ser arrogante demais e não assumir que se envelheceu.
Isso! Na minha opinião, o Skank envelheceu ao invés de amadurecer.

Eu entendo que todo artista passa por fases complicadas. Ele quer se exceder e transforma a linguagem de compreensão geral em viagens alucinante de sua potência criativa. Ei! Pisem na terra! Nós, seus consumidores, somos limitados, mas não esquecemos o sentimento. Acredite, ele ainda vive em nossos corações.

Saindo um pouco do Skank, não há na atual safra de rockeiros brasileiros NENHUMA banda que me traga a alegria ou o sentimento bucólico da paixão aflorarem. Aliás, com certeza há, mas acho que as gravadoras não conseguem, ou não querem, divulga-los. Um bom exemplo disso é uma banda, também mineira que se chama Monno. Eles não são bons, são estupendos! Melodia, boa letra e realmente soam contemporâneos. Com certeza devem haver centenas de outras boas bandas. Me desculpe Samuel, não fomos nós que regredimos, mas o que é lançado nas rádios hoje em dia, não merece meu suado dinheirinho.

As atuais bandas que tocam nas rádios, são tentativas frustadas de copiar ondas “fashionistas” que assolam o cenário internacional. O mesmo público acima de 25 anos, tampouco consome essas “bandas de momento” internacionais. Não se trata de um fato que ocorre isoladamente apenas com as bandas brasucas.

Samuel, deixa de ser vaidoso. Volte as origens que fizeram do Skank, O Skank. Não se trata de fazer música como antigamente. Renovar, não quer dizer esquecer as raízes.
Se você acha que seu público regrediu, então, regredimos juntos.

Sobre a questão de a internet estar limitando as vendas de CD’s, isso realmente é um problema. Mas cá pra nós, também não é culpa do consumidor. Vocês já viram os preços dos CD’s originais? E se eu gostar de apenas uma música da banda, sou obrigado a comprar todo o repertório????? A Aple lançou o iTunes Store, você compra a música que quer pela bagatela de R$ 2,00. O problema é que só é possível comprar com cartão de crédito. Mas a ideia é mais ou menos por aí. Eu sou contra ao fato de um profissional não receber pelo seu trabalho. Eu ainda compro CD’s, DVD’s (ORIGINAIS) e acho um tesão ler as letras e ver os encartes. As gravadoras sempre trataram com descaso os consumidores. Para mim, isso só piora dia após dia. Resultado, criamos o sub-emprego do vendedor de CD’s e DVD’s piratas. Se o consumidor paga R$ 5,00 para ter um pirata, porque não pagaria R$ 8,00 para ter um original? Não há vontade e nem vantagem em ser marginal, o fato é que pagar R$ 30,00, ou mais, por um CD é criminoso. Se paga menos em países como Estados Unidos ou Alemanha. Queria entender isso. Se são os impostos, que as gravadoras façam campanha e mostrem isso para o público. Cultura é um direito universal garantido pela constituição.

Tá difícil...

E ainda tenho que ouvir que quem retrocedeu fui eu...

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