domingo, 3 de janeiro de 2010

Stagefright!



É engraçado quando "ele" tem medo de se apaixonar.

Mas quais são os sintomas? “When are the alarm bells ringing”?

Não me entenda mal, a gravidade do assunto não está em se apaixonar, mas no processo de como se apaixona. É como ouvi um dia, “o amor, esquece de começar”.

Ele começa a se dar conta que algo está errado, quando elogia e o efeito é o mesmo de um tiro na água... Quando ele contempla a beleza dela e o efeito é o mesmo de observar um peixe ornamental em um aquário; a resposta é o silencio. Resumindo, temos um homem barbudo com o simples medo de ser rejeitado.

Como eu disse, nada errado em se apaixonar, o problema é o medo que isso me causa!
Me lembro de uma conversa com um amigo sobre a improbabilidade do amor reciproco e, pouco a pouco, a discussão reaparece tomando as cores acinzentadas de uma tarde, discutindo e tentando consertar um dialogo que parecia ter um final inevitável, o rompimento. Mas não foi assim o fim da estória. Pior de tudo, parece que já vi esse filme antes. Eu já vi esse filme antes! Mas quando ela pede para ele "ficar", uma pequena aresta de sol aquece a fria manta do medo.

Ops!


Voltando a falar da tal imbecil teoria do amor nunca ser reciproco, é que o amor é uma energia. Pela física, as energias se manifestam como forças, e as forças por vetores. Se lembram de suas aulas de Física? E daquela teoriazinha de que duas forcas iguais, em direcções contrárias, se anulam? Ou seja, se ele ama ela, seu amor vai em direção a ela e vice versa, logo se ambos tem essa energia, os vetores de suas forcas seriam opostas e por isso se anulariam. Ok, pode soar um tremenda idiotice o que escrevo, mas tendo em vista os fatos, fico com medo de esta coisa estapafúrdia seja verdade.


O mais engraçado é que isso contradiz muuuitas coisas em que acredito, ou quero acreditar. Eu quero acreditar que é possível duas pessoas se emocionarem pelas mesmas bobagens, sóbrios ou não, e conseguirem dar valor, de maneira íntima e inesquecível, às pequenas brincadeiras de beirada de colchão. Ou também notar a verdadeira emoção em carrega-la a um ambiente de velas e lençóis... Parece até sonho! Mas há outras coisas que eu gostaria de ver, mesmo que de novo. Eu adoraria chama-la de linda e ver suas bochechas corarem e ter como resposta o constrangimento quase infantil de um "obrigada", saindo travado pelo rosto deliciosamente envaidecido. Mas quando se fala isso e a resposta é uma repentina mudança de assunto; melhor dizer: “nunca mais te elogio”. Pior, é a resposta: “ok...”.



Quando "ela" tem medo de se apaixonar, a insegurança é travestida de rigidez, de um pulso forte e da desculpa de que "esta se dedicando a outra parte de sua vida". Quando ele tem esse medo, a insegurança transborda. Ele vira tudo o que uma mulher sonha ter de quem não a ama e vira tudo que ela abomina de quem não quer o amor.


A teoria imbecil volta a querer ter razão...


Quando "ela" tem medo de se apaixonar, a retração acontece quase que naturalmente. Quando ele tem medo, a poesia aflora incontrolavelmente...


Quando "ela" tem medo de se apaixonar, invade as páginas da internet e fica triste quando não vê nada sobre si escrito por ele. Quando ele tem medo, escreve à noite enquanto, mesmo sabendo o enredo, ela dorme preguiçosamente em meio ao travesseiro do desinteresse...


Pra terminar, quando uma mulher tem medo de se apaixonar, ela se reforça e releva as tentativas infantis de chamar sua atenção. Já ele, claudica em uma simples canção de "Ninar".

3 comentários:

Fernanda Esteves disse...

Os vários desencontros me fazem crer na sua teoria da improbalidade do amor reciproco.Infelizmente, já nào sou mais chamada de "linda" e , por isso não ruborizo mais... Saudades desse carinho, dessa paixão... desse amor... Um novo ano começa, então, em vez de lembrar do passado, vamos aproveitar o presente para as reconquistasss...Feliz Ano Novo!Bjs, Fêfê

Unknown disse...

Cláudio querido,
fiquei "viciada" em ler seu blog, e cada vez me encanto mais com a sua sensibilidade...
Feliz 2010 prá vc!
Bjos

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.