domingo, 17 de fevereiro de 2008

Amei isso...


Eu quero escrever.
Na verdade eu quero mesmo é sentir alguma coisa.
Escrever sobre esta coisa.
Os sentimentos que experimento agora são masturbantes...
Minhas fantasias vêm tomando um gosto acentuado de hamburger, pizza, cachorro quente ou pipoca...
Sabores enfumaçados pela minha narguila.
Tem cenas mescladas de sexo explícito e propaganda de refrigerante.
Tem músicas de Bach tocadas por Yo Yo Ma
Com harmonias socadas e refrões fáceis como Counting Crows...
“Mister Jones and me...”
Perdoem-me os fãs (deles, é claro).
Não me sinto deprimido, não há razão para me sentir nem mesmo triste.
Apenas fico em dúvida do que quero!
Sabe o que é pior do que não ter o que se quer (ou quem se quer)?

Não saber o que se quer, (ou quem se quer).

Não se trata de ser mal ou bem resolvido...
Trata-se apenas de estar cansado dos prazeres fáceis, (ou dos muuuito difíceis).
Mas na minha vida sentimental, as coisas nunca foram fáceis.
Tá bom, ok... Pode ser que sentimentalmente haja um “gap” em minha vida.

Talvez um terapeuta me diga que estou confrontando a realidade com o mundo fantasioso da minha cabeça (ou melhor, do meu coração).
Será a idade?

O pior é que a idade as vezes aperta.
Parece que as musas estão acabando.
Nossa! Tive tantas musas! Nem todas sabem que foram, outras sabem e outras acham que foram.
Não importa, de uma maneira ou outra, de tempos em tempos, dediquei momentos a todas. Dediquei fantasias. Dedilhei fantasias...
Adorava escrever frases de efeito em guardanapos... Mas guardava todos para mim.
Devia te-los enviado. Com certeza as destinatárias se lembrariam.
Hoje, nem eu mesmo me lembro delas... Das frases e das musas.
Sabe o que é mais engraçado? Não ando sentindo falta de gente...
Sinto falta do meu sentir por gente.
Sinto falta de usar a estrada como um entorpecente da saudade.
Todas as vezes que eu a deixava, a estrada alisava minha vista. Se misturava com o sentimento de satisfação. Até mesmo sexual.
Ah... Agora entendo os caminhoneiros.

Acho que este sou eu...

Um eterno viajante... Só que desta vez não tenho destino definido.
Não sei nem por ou para onde vou... Mas não deixei ninguém a minha espera também.
Não sei se isso ajuda... Mas pelo menos não atrapalha.
Dizem... Dizem que quando a gente caminha assim, grandes amores aparecem.
Acho... ACHO, que os meus grandes amores já passaram.
Algumas estão em outros braços e, pasmem, ainda acham que sou o homem de suas vidas.
Será?

Isso não me importa muito agora. Quero de todo o coração que sejam felizes até terem câimbras de tanto sorrir! Juro! Quero mesmo.
Que durmam bem, que sonhem mais, que vivam mais, que tenham muitos filhos. Que alguns destes filhos tenham outros nomes. Que tenham outros traços. Que tenham outros laços.
Se sentirem saudades de mim, que me respirem no vento. Que seja algo refrescante.
Para mim, do vento, só me importa a direção para onde vai... Se traz outras estórias, não me importa. Não consigo senti-las, nem na respiração, nem na inspiração e nem nas bochechas. Se tivesse mais cabelos, talvez pudesse ser mais fácil.

Dizem que todo o texto tem que ter um final. Para “concluir”, para fechar as amarras das idéias... Mas como eu não tenho a muita noção do que quero, não há razão para fechar nada...
Termino este texto assim...

Respirando nas reticências... (Mais uma vez...)

Um comentário:

Gio disse...

Adorei!!!! leerei cada uma.....todos os dias!